terça-feira, 10 de junho de 2008

Du-Rock

EU ESTAVA ESTUDANDO. Física, lógico; não conseguia resolver uma mísera questão de Mecânica. Quero dizer, consegui sim, mas só de cabeça. Eu não conseguia escrevê-la em linguagem matemática, daí percebi que estou num dia literário e decidi escrever um pouco.
____Já estou no segundo parágrafo (não diga!) e não faço idéia de como o texto vai acabar, eu acho que Jesus está me dizendo pra escrever um pouco sobre ele. Vamos lá então, senão ele não deixa eu terminar aquele cálculo, que está igual a pedra nos rins, mesmo.
____Foi legal, a piadinha supracitada. Eu sei que ela foi horrível, que talvez você esteja me achando um completo idiota – Ah, sim! então aquilo era uma piada... –, mas ela me deu um rumo.

AS PEDRAS, por mais que nós rarissimamente percebamos, são legais. Mesmo quando são acúmulos de cálcio em nosso organismo ou quando estão na trajetória de nossos pés.
____Enquanto dilaceram uretras, fazendo homens darem à luz enormes micrólitos (eu não sei se essa palavra existe), elas dizem “Beba mais água”. E ainda põem o pão de cada dia na mesa dos nefrologistas.
____Depois de voltarmos à Pangéia, xingando até à 832ª geração da pedra em que topamos, percebemos que temos de olhar por onde andamos.
____Alguns levam tão a sério o que as pedras têm a nos dizer que viram geólogos.


JESUS ACABOU DE ME CUTUCAR. – E quanto a mim? – Lembro-me de um congresso, série de conferências ou sei lá o quê, ocorrido em minha igreja, cujo tema era ‘Cristo, a Rocha dos Séculos’. E o próprio Jesus já disse ser o único caminho ao Pai. Cruzando todas as informações, a gente conclui que Jesus sempre foi e sempre vai ser uma estrada de pedra, como aquelas ruas tipo pé-de-moleque.
____Realmente não é muito bonita à primeira vista, por isso muitas pessoas, muitas mesmo, apontam o caminho mas preferem seguir pela estrada de tijolos amarelos. Também é um lugar difícil de se palmilhar, vários preferem escorregar por um arco-íris; e ainda dizem que Jesus é o arco-íris e que prosperidade é um pote de ouro. Pensam que o tênis dado pelo Espírito Santo para não se machucar os pés tem de ser um Nike. Outros pensam que Jesus é uma esteira.
____Não pare de andar até chegar ao Pai. Cuidado com as vacas e cascas de banana ao longo da estrada. Também com as placas que apontam atalhos ou caminhos alternativos, e sempre procure abrir os olhos das pessoas que se orientam por elas.
____Fora isso, é só curtir a viagem. Não importa se você quer andar do jeito tradicional, plantar bananeira ou engatinhar [sem referências], o importante é não parar. Desfrute sempre dos ensinamentos dados pelo percurso. E, no final, o xis não marca o lugar, mas uma porta bem pequena.



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____Agradeço ao Elvino por ter me lembrado do trocadilho Du Rock e, indiretamente, intitulado este post. Ainda tenho muito a aprender com esses blogueiros velhos de guerra. Não tô dizendo com isso que o título ficou bom, acho que tenho problema com títulos. Também não tô dizendo que a culpa disso é do Elvino...



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____Um conselho por experiência própria: nunca seja o único homem, num grupo de quatro pessoas, a realizar um trabalho de Sociologia cujo tema é violência contra a mulher.
____Semana que vem vai ser a apresentação, ontem foram os grupos de preconceito racial, social e blá blá blá. Eu estava falando com a Carol que quero ser polêmico, porque os grupos de ontem ficaram naquele tédio que inseriram na cabeça do brasileiro. Já perceberam que o conceito no Brasil não existe mais, só o preconceito?
____Segunda-feira provavelmente serei chamado de machista. Se acontecer algo de interessante, conto pra vocês.



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segunda-feira, 2 de junho de 2008

Turminha da sala 801

"Cara, eu nem acredito que daqui a pouco, quando eu a encontrar, vou fazer uma pergunta a ela que mudará a minha vida e a dela: vou pedí-la em casamento. Sei que em questões estéticas, aqui, o calçadão não é um lugar muito apropriado, mas foi aqui a primeira vez que eu a vi.

Já passou tanto tempo, vivemos tantas coisas; mas lembro-me como se fosse ontem, se eu fechar os olhos posso sentir exatamente o que eu senti naquela noite: minha boca secou, minhas mãos suaram, fiquei estático, parei de pensar em tudo, só conseguia pensar naquele lindo rosto.

Vou contar-lhe melhor a história:

Final do ano de 2005, logo após uma viagem da escola que até então eu estudava, estava eu voltando para a minha casa com alguns amigos, foi aí que eu a vi caminhando e senti tudo o que eu já disse, creio eu que a recíproca foi verdadeira, meus amigos não entenderam o que havia acontecido, e nem eu. Não tive coragem de conversar com ela - e nem consiguiria.

Cheguei em casa, com raiva de mim mesmo por não tê-la acompanhado em sua caminhada, pensei que nunca mais fosse vê-la novamente, mas era ela que Deus queria pra mim. E então, no domingo após o ocorrido, eu a vejo na minha igreja e na hora de cumprimentar os visitantes u fui ao encontro dela (tomado por um incrível impulso), logo de cara apresentei-me e, gaguejando, perguntei-lhe o nome e ela disse, Adriana.

Ao ouvir aquela voz, mais bela e suave que tudo que eu já tinha ouvido, eu viajei, saí do meu corpo e voltei, senti uma paz indefinível, tudo em uma fração de segundos, sentei-me ao seu lado e, ao término da mensagem eu puxei conversa com ela ali mesmo, vimos que nos damos muito bem, conversamos tanto que quando nos demos conta a igreja estava vazia e o zelador quase nos expulsando a tapa, levei-a em casa, peguei seu telefone e fui para a minha casa.

Logo no dia seguinte, eu liguei para ela e marcamos de nós irmos ao cinema e assim aconteceu, e por muitas outras vezes nós saímos. Até que na virada do ano, aconteceu nosso primeiro beijo, isso foi a primeira coisa que eu fiz, não tinha cumprimentado ninguém, nem mesmo a ela, simplesmente puxei-a e a beijei, na frente de todos.

A partir daí, as coisas simplesmente fluíram, passamos por antas coisas juntos, tantas coisas boas, nem se eu gastasse um bloco de folhas de fichário todo e não só uma folha, daria para te passar tudo que vivemos.

É agora, ela chegou: Adriana, eu te amo, passamos por tantas coisas juntos, parece até um sonho eu estar com você e eu quero prolongá-lo pelo resto de nossas vidas, você...

- Diego, acorde, você tem que ir para a escola.

- ... quer se casar comigo?

- Eu já sou casada, você se atrasou 26 anos.

- Ah, é você, mãe.

- Quem você queria que fosse?

- Adriana.

- Quem!?

- Vamos, levante.

- Tá bom, já vou.

Que viajem que eu tive, ou melhor, nem viajei!

Ainda estou em agosto, falta algum tempo pra viajar com a escola, quanto mais encontrar a mulher da minha vida!"



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Fiz esse texto na minha 8ª série, a pedido de minha professora de Português. O problema é que ela gostou tanto que o leu na sala, pra todo mundo. Nossa, foi maior vergonha na época...

Minha mão coçou pra mudar muita coisa - muito erro de Português, inclusive -, mas eu manti-me firme; queria mudar o nome da garota para Carol, seria muito mais apropriado para o momento que Deus tá me proporcionando.

Mas sua infinita misericórdia fica pra outra xícara.


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Bons tempos, em que eu era da sala do Almir...


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Me engana que eu gosto!

Hoje eu cheguei atrasado à escola. Melhor: eu sempre chego atrasado à escola. Tive que esperar na biblioteca até a terceira aula; o legal é que, em vez de uma aula chata de Genética – que até poderia ser legal –, eu fiquei lendo Veríssimo. Coincidentemente, Comédias para se Ler na Escola.

Os clichês costumam ser bem legais, até que viram clichês; e alguns são engraçados justamente por serem-no. Sabem aquelas escolas em que todos os dias canta-se o hino nacional antes da aula? A Silvana poderia integrar o RBD - “No banco, vocês não entram depois das quatro. No vestibular, vocês têm que estar no lugar meia-hora antes da prova. (...) Amanhã ninguém entra depois das 07:05!”. E o que acontece no dia seguinte? Acertaram; e é essa a graça.

Acabei de me lembrar de que clichê não tem significado correspondente com o que eu escrevi acima. Mas deixa assim, eu gosto dessa palavra e a Ana Clara também. E o problema é justamente esse, não quero mudar porque não ligo.

Ninguém liga. Quer ver?

- “Nesse governo, eu prometo...”

- “Mas mãe...!”

- “Deus, depois desse congresso...”

- “Amanhã ninguém entra depois das 07:05!”

- “Eu te amo.”

Todo mundo fala assim porque ninguém liga, e ninguém liga porque todo mundo fala assim. Concordo que o que se faz vale muito mais que o que se fala, mas as atitudes seriam muito mais firmes se as palavras voltassem a ser valorosas.


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Tá tocando LS Jack aqui:

"A nossa história eu já sei, a nossa história eu já sei contar".

Coincidência, talvez. Ou não. Mas isso já é pra outra xícara.



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segunda-feira, 26 de maio de 2008

A Parábola do Filho Pródigo

"Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas

Volta o cão arrependido
Com suas orelhas fartas
O osso roído
E o rabo entre as patas"

"Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou." (Lucas 15:20)


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Gente, tava quase juntando teia, hein?

Faria diferença se eu dissesse que estou trabalhando num mais trabalhoso? Tá, eu sei que não. Vou tomar cuidado, mas vocês sabem que eu sou relaxado paca... :D


terça-feira, 13 de maio de 2008

Querido diário, não sei o que te dizer

Mesmo só com dois comentários no primeiro post, quis publicar um novo. Resolvi lhes mostrar dois textos antigos meus. É. Vocês tão certos. Tô com preguiça de escrever.

Este primeiro está no meu perfil do Orkut:

"Alcançando um certo sentimento pela música, você passa a entender por quê, quando se tira algum som com um instrumento, dizem que você está tocando-o. Você entende que há mesmo uma relação com o tato em si... ou em dó, sol, fá... Entende realmente que o tato é sentido e que a música é sentida; entende finalmente por que tocar é uma arte."


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Agora é uma proposta de exercício do Floro, uma das primeiras atividades de Português deste ano. Eis a proposta:
"'A sede da fazenda era muio grande e confortável. Ele me levou para conhecer a sala de visitas'. Como era essa sala?"

E a resposta:

"Um delicioso aroma de chá nos acompanhou pelo corredor.

Assim que atravessei a porta, percebi que a parte do assoalho descoberta pelo tapete era tão encerada que pensei se poderia ver minhas sardas. Ainda na parede dessa porta havia uma grande estante com troféus, livros variados, uma vitrola e discos de artistas da moda. À frente, a luz do Sol entrava pelas janelas; à direita estava o sofá, próximo a um relógio que marcava 4h e 57 mim da tarde, num dos cantos. À esquerda, encontravam-se a lareira e alguns quadros, mas eu não reconhecia aquelas pessoas.

Fui olhar tudo mais de perto e meu tio acomodou-se no sofá, o que me fez imaginar como poderia ter sido a viagem de trem. Passei o dedo em alguns dos livros e me aproximei da mesa de centro, relativamente grande - não era grande para aquela sala -, mas que só suportava uma caixinha em forma de baú, ao que lhe perguntei o que era aquilo. Como se não bastasse o seu sotaque arrastado, ele me respondeu rindo. - 'Tudo a seu tempo, meu filho'.

A vovó nos chamou assim que o relógio bateu.".



É óbvio que fui o único louco na sala a apresentá-lo uma descrição tão grande.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

1001 discursos

Não me pergunte quem é Robert Schiller, e nem se é assim que se escreve esse nome. Tudo que sei sobre ele é esta frase: “Não sou quem penso ser. Não sou quem você pensa que sou. Sou quem penso que você pensa que sou”.

Por muito tempo eu achei que fosse o único a manter ‘no porão da minha alma’ um ‘monstro à minha imagem e semelhança’ e apresentar às pessoas outro monstro, à imagem e semelhança da sociedade. E o fato de perceber que não sou não fez com que se acabassem as crises de nojo-próprio, só passei a me ver como os mais nojentos entre todos. Mas sei que nunca demonstro – ou ‘desmonstro’ – esses momentos de insanidade. Sei que tenho feito um bom trabalho. Consigo agir como penso que você pensa que o Diego agiria. Consigo falar o que penso que você pensa que o Diego falaria. E o mais incerto – e insserto – na sociedade é que criamos relações interteatrais: eu faço meus monólogos pensando em como você é, mas você também faz os seus. Isso explica muitos problemas de relacionamento.

Política. Enganação mútua. Di-ego.

Fica fácil agradar às pessoas porque elas não se importam com a essência. A ética é burra, mecânica. Bateristas, por exemplo, veneram a palavra percutir. Como músicos poderiam bater em seus instrumentos, ora bolas? Pense, agora, em um tom de voz bem apático. Ainda não tá bom, piore. Atribua a esse tom um “Tudo bom, Diego?”, foi o que eu ouvi de uma telefonista ontem.

Eu também gosto de ser agradado, lógico. Telefonistas normalmente não conseguem, mas melhores amigos sim. E se você está lendo isso agora, agradeça (bata) ao Richard, porque ele alimentou um de meus monstros: “Cara, faz um blog pra você”.



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A partir de agora, sempre que você estiver viajando entre um blog e outro, fique à vontade pra fazer escala por aqui. Tome um cafezinho. É você quem manda: alguns bebem com leite, outros com creme; alguns com açúcar, outros com zero cal. Outros, ainda, podem usá-lo para encharcar biscoitos. Encha a cara se quiser. Mas que fique bem claro que não me responsabilizo se você quiser acompanhar o café a um cigarro, ou embebedar seus monstros.

Um paradigma eu tenho certeza de que vou quebrar: todos vão perceber que nem todo café vicia.